INVESTIMENTO BOM E FÁCIL: SAIBA MAIS SOBRE O TESOURO DIRETO

Na última coluna explicamos que quando sobra dinheiro, ou seja, gastamos menos do que ganhamos, é necessário investirmos este valor poupado para evitar que ele perca valor com o tempo, devido principalmente a inflação. O investimento mais popular entre os brasileiros é a Caderneta de Poupança. Entretanto, por ser uma aplicação de baixíssimo risco o rendimento dela é o mais baixo do mercado, correndo o risco de não proteger o dinheiro poupado da desvalorização se a inflação foi maior do que este rendimento.

Há uma modalidade de investimento ainda pouca conhecida pela maioria da população, que proporciona bons rendimentos e é quase tão fácil de aplicar quanto a Caderneta de Poupança: os títulos do Tesouro Direto. Quando você compra um destes títulos, está na prática emprestando dinheiro ao governo federal, que se compromete a devolver este valor acrescido de juros pelo empréstimo (juros estes que são o rendimento da aplicação). A maior vantagem é a segurança de receber este dinheiro de volta: o governo tem a obrigação de honrar com seus compromissos, caso contrário ele terá que arcar com seríssimas consequências. Você pode não confiar nada em nosso governo (o que é perfeitamente compreensível), mas pense que se ele chegar a uma situação em que não consegue honrar seus compromissos certamente é porque o país estará numa catástrofe econômica onde ninguém terá condições de poupar dinheiro (quanto mais investir). O Brasil, apesar de todos os percalços, conserva algumas boas práticas econômicas que fazem com que esta catástrofe seja uma hipótese bem distante.

Todo título do Tesouro Direto tem uma data de vencimento. Caso você mantenha o dinheiro investido até esta data de vencimento do título, receberá exatamente a rentabilidade prevista no momento em que fez a aplicação. Se precisar resgatar o dinheiro antes desta data de vencimento, você ficará sujeito a cotação de mercado deste título: neste caso, a rentabilidade recebida pode ser maior ou menor do que a prevista, dependendo do dia em que for realizado o resgate. De qualquer forma, esta rentabilidade dificilmente será menor do que a da Caderneta de Poupança, mesmo com o fato de que, diferentemente desta, a rentabilidade do Tesouro Direto esteja sujeita a cobrança de Imposto de Renda. Por isto, para investir no Tesouro Direto é recomendável que seja estabelecido um objetivo a ser cumprido no prazo de vencimento do título investido. Caso você deseje utilizá-lo como complementação de renda, há títulos que fazem o pagamento de juros semestrais até a data de vencimento. A desvantagem é que será cobrado Imposto de Renda em cada pagamento destes juros semestrais, em vez deste imposto ser cobrado apenas uma única vez. Isto diminui um pouco a rentabilidade final desta aplicação.

Existem dois tipos de títulos do Tesouro Direto: prefixados e pós fixados. Nos títulos prefixados a rentabilidade recebida na data de vencimento é fixa: você saberá exatamente quanto ganhará com o investimento, mas se a taxa de inflação crescer muito e ultrapassar esta rentabilidade prefixada, este rendimento corre o risco de ficar desvalorizado. Por exemplo, suponha o investimento em um título com rentabilidade prefixada de 7% ao ano; se o índice de inflação até a data de vencimento for de 7,5% ao ano o rendimento real será negativo em 0,5%, e o investidor perderá dinheiro!

Nos títulos pós-fixados a rentabilidade é atrelada a algum índice indexador, como o IPCA (índice oficial de inflação) e a taxa SELIC. Por exemplo, investindo em um título com rendimento de 3% ao ano atrelado ao IPCA, se na data de vencimento este índice de inflação tiver sido de 5% este título terá um rendimento de 8% (3% mais 5% do IPCA). A grande vantagem destes títulos é proteger o rendimento da desvalorização pela inflação, entretanto eles costumam ter prazos mais longos de vencimento.

É possível investir e obter mais informações sobre o Tesouro Direto através do site oficial: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto. Se preferir, procure uma corretora que não cobre taxa de administração por este investimento (a maioria das que existem no mercado não fazem esta cobrança). Semana que vem, falaremos sobre uma opção de investimento arriscada, mas que pode ser muito rentável: o mercado de ações. Até a próxima!

 

 

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