Leitura, novos caminhos e formatos

Embora os brasileiros carreguem consigo o estigma de não serem leitores assíduos e ler não estejam entre os principais hobbies em nossa cultura, estatísticas comprovam que esse cenário tem mudado gradativamente e hoje se consome muito mais literatura do que algumas décadas atrás.

No passado o ato de ler era comum apenas a uma pequena parcela da sociedade, geralmente restrito a pessoas pertencentes às classes mais privilegiadas, evidente que dessa forma era a elite quem dominava o acesso aos livros. A grande parte da população era analfabeta e mesmo os que chegavam a frequentar escola não faziam parte dos que consumiam literatura. Esse cenário contribuiu para que culturalmente ficasse em nós marcas que lutamos para apagar como a de que somos um país que pouco se lê.

É verdade que os números ainda não são os mais satisfatórios possíveis e temos um árduo caminho a percorrer começando com diminuição das desigualdades sociais, pois o contexto socioeconômico ainda tem relação determinante na formação de leitores, mas, cada vez mais a leitura tem se feito presente no dia a dia dos brasileiros.  Uma pesquisa de 2016 denominada Retratos da Leitura no Brasil apontou que os leitores brasileiros somam 56% da população, desta porcentagem as mulheres são maioria, 59% e os homens 52%. Porém quem mais lê hoje em nosso país são os jovens entre 18 e 24 anos. Vale lembrar que leitor é considerado quem leu pelo menos um livro nos últimos três meses.

A internet tem um papel muito importante nessa propagação da leitura, através dela o acesso a informação sobre o mundo literário é muito mais rápido e dinâmico. Antes era necessário ler as colunas semanais de jornais e revistas especializadas, geralmente assinadas por um crítico literário, para saber sobre os livros lançados. Hoje as redes sociais democratizaram esse acesso e os canais literários são cada vez mais frequentes, entregando conteúdo e informações tanto aos que lêem como os que não possuem o hábito da leitura.

Outro fator importante a se considerar é que embora os livros físicos ainda continuem sendo a preferência de modalidade de leitura entre a maioria dos leitores, os livros em formatos digitais vem se destacando cada vez mais, principalmente entre os jovens leitores e dessa forma o celular, o computador e o tablet passaram a ocupar importante espaço também no cenário literário.

Todos esses avanços contribuem para que caminhemos cada vez mais rumo a uma sociedade mais crítica, igualitária e empática. Uma nação que lê é uma nação capaz de compreender e respeitar o outro em sua totalidade. E dessa forma também apta a tecer a sua multiplicidade cada vez mais civilizadamente. Ler é um exercício de cidadania.

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